Vamos embarcar na montanha russa de emoções de viver no exterior
Olá espero que você esteja bem, mas se não estiver bem, tudo bem também. Ops, como assim se não estiver bem, tudo bem? Nossa que falta de sensibilidade. Na verdade, é o contrário, mas para você entender melhor o que quero dizer, vou te convidar para embarcar comigo neste texto sobre a montanha russa de emoções que vivemos em nossa vida no exterior e no intercâmbio.
Antes de mais nada, precisamos falar sobre emoções agradáveis e desagradáveis. Sim, porque apesar de buscarmos sempre estar felizes, sentindo só coisas boas, a realidade dura e crua é que todas as emoções existem, tanto as emoções “boas” quanto as “ruins”, fazem parte de nossa vida.
Não há como fugir deste fato e, muito menos, como evitar. É como se vivêssemos diariamente em uma montanha russa de emoções. Podemos viver diversas emoções no mesmo dia, e isto é a coisa mais natural do mundo.
É POSSÍVEL CONTROLAR AS EMOÇÕES?
Você é daquelas pessoas que sentem que a vida é uma montanha russa de emoções boas e ruins, cheia de altos e baixos? Mas existem emoções boas e ruins? E será que conseguimos controlar as emoções? Tem pessoas que inclusive acham que quando mudam de país, mudam de personalidade, pois as emoções mudam de forma intensa.
Não importa onde e com quem você esteja, mesmo se você mudar de país, as emoções estão o tempo todo com você. É claro que ninguém gosta de sentir emoções consideradas “negativas”, como tristeza e raiva, etc. Mas elas têm uma função também, muitas vezes nos alertam de situações onde precisamos tomar alguma ação para nos proteger.
A questão principal é não focar na “emoção boa ou ruim”, pois sentiremos sempre todos os tipos de emoções e é impossível evitá-las.
Como assim? Eu não quero sentir ansiedade, tristeza, raiva, frustração, estresse. É muito desagradável. Sim, claro que é. Mas quando você aceita e reconhece suas emoções, você aprende a buscar o equilíbrio emocional e o principal, e mais importante, é aprender a REGULAR SUAS EMOÇÕES. Esta é a chave para você encontrar a harmonia tão desejada, que vale mais que pedras preciosas. Aliás, eu particularmente considero que a maior riqueza de hoje em dia é a saúde mental.
Preste muita atenção e lembre sempre: Todas as emoções estão presentes em nossas vidas, e todas elas são importantes, pois são sinais que nos direcionam para tomar decisões, ou seja, quando entendemos o que estamos sentindo, vamos AGIR para buscar o equilíbrio, não vamos REAGIR.
A AÇÃO busca o equilíbrio e bem estar de forma assertiva, a REAÇÃO busca o alívio imediato, mas não soluciona o problema. Precisamos sim encontrar formas mais adaptativas de expressar nossas emoções para alcançar os nossos objetivos, lidar com situações adversas e assim viver melhor, com mais qualidade!
Agora vamos para uma palavra que eu adoro: ACEITAÇÃO. Você percebeu que esta palavra termina com AÇÃO, pois é, porque ao contrário do que muitas pessoas pensam, aceitar não é simplesmente ficar passivo, é compreender e ter empatia com os seus próprios sentimentos, é entender que não adianta lutar e negar algo que existe porque, ao negar, você só aumenta a sua dor, só olha para o aspecto negativo.
MANTENHA A CALMA
Mesmo quando os sentimentos, sensações e emoções são desagradáveis temos algo para aprender, é um sinal para a mudança, assim como a febre sinaliza que o corpo está doente, nossas emoções desagradáveis (negativas) nos sinalizam o que está incomodando. Mas então o que fazer para buscar o equilíbrio emocional? Qual a melhor AÇÃO? Muita CALMA nessa hora, já vou te explicar.
Parece estranho dizer calma nesta hora, justamente quando estamos sentindo algo negativo, a última coisa que conseguirmos fazer é ter calma quando somos tomados por emoções desagradáveis, certo? Mas eu vou usar justamente a palavra CALMA para te ensinar alguns passos para aliviar os sentimentos desagradáveis e regular suas emoções: Cada letra desta palavra representará um passo:
CONTEMPLAR
ACEITAR
LIBERTAR
MENTALIZAR
AGIR
Contemple (observe) as coisas à sua volta.
Não fique olhando para dentro de você, observando tudo e cada coisa que você sente. Deixe acontecer com o seu corpo o que ele quiser que aconteça, sem julgamento: nem bom nem mau. Olhe em volta de você, observando cada detalhe da situação em que você está. Descreva-os minuciosamente para você, como um meio de afastar-se de sua observação interna.
Aceite os sentimentos negativos.
Um dicionário define aceitar como dar “consentimento em receber”. Concorde em receber as suas sensações de ansiedade ou qualquer outro sentimento que seja desagradável. Mesmo que lhe pareça muito difícil, aceite as sensações em seu corpo assim como você aceitaria em sua casa um visitante inesperado ou desconhecido ou uma dor incômoda. Substitua seu medo, raiva e rejeição por aceitação. Não lute contra as sensações. Resistindo, você estará prolongando e intensificando o seu desconforto. Ao invés disso, flua com elas.
Libere o ar de seus pulmões.
Respire bem devagar, calmamente, inspirando pouco ar pelo nariz e expirando longa e suavemente pela boca. Conte até três, devagarinho, na inspiração, outra vez até três, prendendo um pouco a respiração e até seis, na expiração. Faça o ar ir para o seu abdômen, inflando-o-o ao inspirar e deixando-o encolher-se ao expirar. Não encha os pulmões. Ao exalar, não sopre: apenas deixe o ar sair lentamente por sua boca. Procure descobrir o ritmo ideal de sua respiração, neste estilo e nesse ritmo, e você descobrirá como isso é agradável.
Mentalize coisas positivas
Você talvez esteja antecipando coisas catastróficas. Você sabe que elas não acontecem. Você mesmo já passou por isso muitas vezes e sabe que nunca aconteceu nada do que você pensou que fosse acontecer. Examine o que você está dizendo para você mesmo(a) e reflita racionalmente para ver se o que você pensa é verdade ou não: você tem provas de que o seu pensamento é verdadeiro? Há outras maneiras de você entender o que está lhe acontecendo? Lembre-se: você está apenas sentindo isso que pode ser desagradável, mas não é perigoso. Você está pensando que está em perigo, mas você tem provas reais e definitivas disso?
Aja, mas não reaja com seus sentimentos negativos.
Aja como se você não estivesse sentindo algo desagradável, isto é, funcione com as suas sensações corporais. Diminua o ritmo, a velocidade com que você faz as suas coisas, mas mantenha-se ativo(a)! Não se desespere, interrompendo tudo para fugir. Se você fugir, a sua ansiedade pode até diminuir no momento, mas o seu medo vai aumentar. E o resultado será que na próxima vez a sua ansiedade será maior. Se você ficar onde está – e continuar fazendo as suas coisas bem devagar – tanto a sua ansiedade quanto o seu medo vão diminuir. Continue agindo, bem devagar!
E, por fim, lembre-se que a forma como você interpreta o que você sente, influencia os seus sentimentos. Perceber as emoções em si e nos outros, nos ajuda a aumentar as formas de lidar e adequar as nossas emoções. Quanto mais você puder separar-se de sua experiência interna e ligar-se nos acontecimento externos, melhor você se sentirá. Esteja com seus sentimentos, mas não seja eles; seja apenas um observador. Crie o novo hábito de repensar a forma como você interpreta seus sentimentos e emoções negativas. Pense que os sentimentos negativos e desagradáveis são momentâneos, e que você pode tolerar esta sensação que é passageira.
Com muita prática você conseguirá reconhecer suas emoções e buscar o equilíbrio emocional. Acredite em seu poder de manter seu equilíbrio emocional. Vamos então praticar?
Espero que este artigo tenha sido útil e te ajuda a lidar de forma mas CALMA com as adversidades do dia a dia e aprender a se relacionar de forma diferente com os seus próprios sentimentos. Compartilhe com outras pessoas este artigo, vamos contribuir para um mundo com mais saúde mental.
Um caloroso abraço.
Silvana
Silvana Byrne, é Psicóloga e fundadora da InterCultural Psychology, estabelecida em Dublin desde 2010. Com particular interesse em Psicoterapia Intercultural, oferece atendimento psicológico online e presencial em Dublin, para clientes de diversas nacionalidades em Português, Inglês e Espanhol.