Viaje pelo mundo afora mas, antes, explore o seu mundo interno.
Você já notou como cada vez mais as pessoas procuram ser parecidas umas com as outras? Tudo para buscar a aceitação. Estamos em uma sociedade cada vez mais homogênea, onde as diferenças podem ser vistas como “anormalidades”.
A sociedade, em busca de padrões, desrespeita a individualidade, onde comportar-se de maneira diferente dos demais leva a exclusão, ferindo o seu direito de ser.
E nesta busca por aceitação, para ser mais feliz, tentar se comportar de uma maneira “adequada” aos olhos de todos, pode gerar angústias e frustrações, trazer a sensação de estar preso aos padrões da sociedade.
RESPEITE O SEU SER
Neste desconforto e busca eterna da felicidade, muitos acreditam que ao viajar para outro país, encontrarão algo especial e único, como mais liberdade de expressão, liberdade sexual e para experimentar tudo aquilo que era proibido. “Aqui posso provar drogas, assumir minha sexualidade, voltar para casa a hora que quiser, dormir com que eu quiser.
Sim, você pode fazer quase tudo que quiser, o problema é quando não se sabe o que fazer com toda essa liberdade. São tantas as opções e ninguém para nos controlar ou nos guiar. Então, como um pássaro que viveu a vida toda em uma gaiola, preso por regras do que pode e não pode, quando solto, perde-se. Não sabe como usar suas asas, não sabe como se defender e enfrentar as adversidades. E agora? O que faço com esta liberdade tão desejada?
É necessário buscar maneiras de trabalhar expectativas e entender a realidade, não tentar apenas seguir comportamentos sociais mais aceitáveis, mas sim, respeitar o seus próprios limites, valorizando a sua forma de ser. Aceitar que somos todos diferentes, significa se aceitar e aceitar o outro sem julgamento.
VIVA CADA MOMENTO
Numa sociedade onde se valoriza sempre o ser saudável, belo e feliz; parece não ser permitido vivenciar os momentos de tristeza. Contudo, a repressão das emoções trazidas por momentos de dificuldade podem resultar em consequências, como o desequilíbrio emocional e adoecimento físico. As adversidades sempre estarão presentes na nossa vida, seja em nosso próprio país ou em outro. E, se vivenciadas e superadas de maneira positiva, trarão grande desenvolvimento.
Hoje observamos uma sociedade carregada de doenças relacionadas ao estresse e à depressão, consequências do “culto ao ser sempre feliz”, sem a valorização do aprendizado que é vivenciado durante os momentos de frustração e tristeza. As pessoas estão sempre em busca de uma “pílula da felicidade”, ao invés da busca por ferramentas de enfrentamento das adversidades. E, sem dúvida, viajar para um país estrangeiro muitas vezes é a resposta que muitas pessoas encontram na busca desta felicidade.
Esta busca de aliviar o mal estar emocional, nada mais é do que um reflexo de nossa própria sociedade, caracterizada pela busca do preenchimento de um vazio que não se esgota. Mas lembre-se, quando você viaja, a primeira bagagem que você carrega é a sua bagagem emocional. Ela estará com você não importa quando, como, onde e com quem você estiver.
Então, que tal iniciar a busca por autoconhecimento e por um novo olhar de si e do mundo sem exigir-se tanto? Percebendo que tanto os momentos felizes quanto os tristes têm algo a nos ensinar.
É natural esperar que a mudança de país nos dê oportunidade de nos transformar, renovar, repaginar aquilo que não gostávamos em nós e queríamos deixar pra trás. Mas é importante lembrar que o equilíbrio emocional parte sempre de dentro para fora. E, nesse turbilhão de novas vivências, que não percamos nossa identidade, para sempre poder alçar vôos mais altos.
abraços
Lilian
Lilian Lima, é Psicóloga e Pedagoga de formação, com pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Com sua formação em duas áreas que se complementam, a Psicologia e a Educação, Lilian consegue trazer um olhar diferenciado e global utilizando da psicoeducação em sua prática.