Vivendo o seu melhor momento
Ei, você! Já se questionou alguma vez sobre a sua relação com o tempo? Já se perguntou como você lida com isso? E não me refiro só ao tempo cronológico ou ao melhor gerenciamento de suas atividades, mas sim sobre a sua relação com o tempo psicológico: passado, presente e futuro.
Normalmente, quando pensamos em tempo, visualizamos uma linha reta, onde o dia do nosso nascimento é um ponto de partida que se desloca ao longo da nossa trajetória até chegar ao, geralmente inesperado, momento de nossa morte. No entanto, essa maneira linear de enxergar as coisas tem sido cada vez mais questionada por psicólogos, filósofos orientais e espiritualistas, que afirmam que essa é uma forma equivocada de perceber a vida, e também é a causa de muito sofrimento.
O mais adequado seria enxergar a vida como apenas e exclusivamente O PONTO (momento presente), e não a linha reta com destino ao futuro ou presa a momentos do passado. Por exemplo, viajamos para o exterior buscando melhor qualidade de vida, passamos meses ansiosos e planejando a viagem e, quando chegamos, continuamos nos preocupando com o futuro ou até mesmo presos à nostalgia e saudades do passado, do que deixamos para trás, talvez um trabalho estável, família e amigos.
Agir dessa forma, faz com que a gente perca a magia de estar no momento presente, no que está acontecendo exatamente agora com você e ao seu redor, e o poder transformador que isso contém. Muitos escolhem morar em um novo país pela experiência, mas quando começam a nova vida não conseguem viver genuinamente a experiência de estar naquele novo lugar por se sentir tão conectados ao passado ou muito preocupados com o futuro.
Este momento é o único em que você pode fazer algo, pois o passado contém apenas memórias e o futuro é um conjunto de expectativas sobre um momento em que não temos nenhuma garantia de que viveremos. Segundo Eckhart Tolle, um dos grandes sábios à explorar este assunto, não existe absolutamente nada fora do momento presente, nem nós mesmos existimos
Mas, como estar inteiramente presente diante de tantos desafios, como o de viver em um país estrangeiro?
A forma com que a sociedade está constituída e os ensinamentos que nos foram passados nos tiram deste momento de várias maneiras. Ou seja, estamos condicionados a viver fora do único momento em que existimos – o agora.
A boa notícia é que há algumas formas reconhecidas e comprovadas de se lidar com esta questão, e uma delas é, sem dúvida, a meditação. Dedicar um tempo para meditar é fundamental para perceber as coisas de outro modo, e os benefícios são imensos. Você pode também rever a sua estratégia de encarar a vida e tentar realizar o que almeja neste momento presente.
Não parece haver muito sentido em se trabalhar com um foco no futuro, onde se almeja, por exemplo, riqueza e liberdade, sacrificando o momento presente abdicando de tudo isso. Ou viver preso ao passado reavivado por memórias que te tiram deste momento, que provavelmente também se tornará memória em outro presente. Qual o sentido de abdicar sua zona de conforto ao sair de seu país se não aproveitar cada momento de sua experiência vivendo no exterior?
Temos que começar agora, pelo simples, pelo pequeno, pelo fácil, e então as coisas se desenrolarão seguindo o seu fluxo natural. Para construir uma casa é necessário começar com o primeiro tijolo, depois o seguinte e assim com os demais. Ao final, a casa estará pronta para ser habitada. São pequenas ações feitas neste momento que darão o resultado esperado consequentemente.
Para isso, é necessário estar atento, e estar atento significa estar presente. Só assim podemos desfrutar da vida ao mesmo tempo em que nos preparamos (e não nos ´preocupamos´) para o futuro. O melhor momento é o agora.
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Camila Amaral
Camilla Amaral, é formada em Psicologia pela Universidade Mackenzie (São Paulo) em 2006, concluiu um MBA em Gestão de Pessoas na FGV e especializada em Cognitive Behaviour Therapy pela City Colleges Dublin.
Membro da Psychological Society of Ireland (PSI) e da Associação de Psicólogos Brasileiros na Irlanda (ABPI), oferecendo, através de projetos voluntários, apoio à comunidade brasileira que vive em Dublin. Como co-fundadora do projeto TodxsAsCores, traz à tona questões atuais sobre relacionamento e sexualidade em formato de roda de conversa.
Sua abordagem eclética incorpora elementos da Terapia Cognitivo-Comportamental, de Atenção Plena (Mindfulness), da Terapia de Aceitação e Compromisso, da Terapia Comportamental Dialética (DBT) e da Psicologia Positiva.